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As infinitas possibilidades do uso de cartas e do Tarô.

As cartas e baralhos têm acompanhado a humanidade há centenas de anos, mesmo antes do suporte em papel. Peças análogas foram feitas em madeira, ossos e pedras para usos diversos e com múltiplas representações. Uma das muitas teorias sobre a origem dos baralhos acredita que os primeiros baralhos, em papel e ilustrados, tenham surgido na China no século IX e se espalhado para a Europa através da Rota da Seda. Essa mesma linha teórica pressupõe que, no início, os baralhos eram utilizados principalmente para jogos de azar e que, ao longo do tempo, novos usos foram inventados, descobertos e desenvolvidos.

Atualmente, os baralhos de cartas são utilizados para diversos fins, sendo um dos mais populares e, para muitos, a única utilização, recreativa, como jogos de cartas (como poker, blackjack e paciência), sejam eles jogos de azar ou estratégia. Outros usos que são pouco citados, mas têm aumentado nos últimos anos, são como facilitações visuais (através de catálogos, coleções e portfólios), jogos didáticos (mostrando princípios científicos ou de estudo e os comparando ou rememorando) e até mesmo para truques de mágica de salão.

É curioso e importante pontuar que um dos prováveis primeiros usos para cartas e outros objetos semelhantes tenha sido esquecido ou, pelo menos, pouco desenvolvido, que é a contação de histórias e construção de narrativas livres. Neste uso, o conjunto de imagens, símbolos e/ou palavras presentes nas cartas podem ser utilizados como ferramenta de desbloqueio de criatividade, de entretenimento ou até mesmo para o autoconhecimento e desenvolvimento pessoal através da construção de histórias e ficções. Existem alguns produtos no mercado com essa proposta, como o Dixit e Rory’s Story Cubs. Assim, baralhos narrativos permitem que o usuário crie sua própria história, interpretando e combinando as cartas selecionadas de acordo com sua intuição e criatividade.

E claro, existem os famosos e muitas vezes misteriosos baralhos divinatórios, como o Tarô Inglês e Francês, o Lenormand e o baralho Cigano, cartas antiquíssimas que são utilizadas para leitura e investigação simbólica, com o intuito de compreender possibilidades futuras, tendências do presente, explorar sentimentos, pensamentos e a consciência humana, e muitas outras possibilidades através da interpretação das imagens, símbolos e arquétipos das cartas.

É curioso e importante pontuar que o Tarô tem este último e todos os outros usos citados nesse breve texto. Ao longo dos muitos séculos de idade do tarô e suas profundas mudanças, várias possibilidades das cartas têm sido esquecidas, e recuperar esses usos é um dos intuitos de Grola e Keller no curso Tarô: Mitos Modernos e a Cultura Pop. É valorizado e lembrado nesse curso que os baralhos de cartas têm uma história rica e variada e usos com uma grande variedade de fins, desde jogos de azar até práticas espirituais, criativas, de autoconhecimento e até mesmo magísticas, ou seja, para a mudança através da ação espiritual do mundo e da realidade que cerca o usuário das cartas.

Marcos Keller
professor e tarotista